Portugal profundo: um passeio pelas SALINAS de Rio Maior
No sopé das Serras de Aire e Candeeiros encontra-se um dos poucos locais de produção de sal-gema em Portugal (penso que só há mais um, em Loulé, e aí é obtido em minas). As salinas de Rio Maior são em tudo semelhantes às que se encontram junto ao mar, sendo que aqui a água salgada é extraída de um poço. Em redor destas os antigos armazéns de sal, quase todos adaptados ao comércio, são totalmente construídos em madeira desde as paredes, à portas e até mesmo às fechaduras!
Aqui a extração tradicional do sal é uma ciência passada de geração em geração e um passatempo delicioso de acompanhar
O fenômeno acontece pela proximidade da Serra dos Candeeiros, onde há uma imensa jazida de sal gema.
Ali, características geográficas permitem que as águas da chuva penetrem na rocha criando cursos de água subterrâneos.
O contato com o sal dá origem a uma água que é impressionantemente sete vezes mais salgada do que a água do mar. O resto é trabalho do homem.
Depois de bombeada para poços, a água vai para piscinas rasinhas onde, sob a ação do calor e do vento, evapora naturalmente dentro de uma semana, em média. O manejo é pura sapiência. No final, grandes pirâmides de sal ficam secando antes de serem embalados para a venda. Assim, sem nenhum aditivo químico. Iodo? Nem pensar.
...e a famosa bifaninha à moda de Salinas!
Em redor das piscinas, lá estão as famosas casas de madeira e ruas de pedra. As casas, antigos armazéns de sal, são hoje lojinhas que vendem sal, claro, mas também peças de cerâmica e artesanato em geral... E uma bifana (sanduíche de carne de porco grelhada) que fica simplesmente imperdível acompanhada de uma cervejinha gelada. Pronto, só assim o programa está completo.
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