Cadeia Quinhentista – Estremoz
Subimos até ao topo da vila de Estremoz num misto de receio e curiosidade. Um café numa cadeia? Passamos a Porta de Santarém até chegarmos ao centro do conjunto monumental da Alcáçova de Estremoz.
A pedra clara no chão e nas fachadas reflete o intenso sol alentejano. No lado direito vemos a presença da estátua da Rainha Santa Isabel com a serra em fundo. Do outro lado ergue-se a torre de menagem do castelo, uma das mais bem preservadas do país. O café A Cadeia está bem assinalado desde que estacionamos do lado de fora das muralhas. - GPS: 38°50'30.33"N 7°35'30.53"W
Pensa-se, que poderá ter sido os paços de concelho, uma vez que estes espaços normalmente detinham cadeias no piso térreo. Mas voltemos ao presente.
As pesadas chaves do carcereiro encontram-se penduradas na porta que dá acesso à cafetaria. Mais à frente começa a área do restaurante, com mesas e cadeiras feitas de ferro.
Ali era onde outrora estavam encarcerados os prisioneiros masculinos. As janelas estão fechadas com grades, apontam-nos para um canto onde uma das barras foi serrada dando origem a uma fuga.
Ao darmos a volta surge um arco onde existiam barras que separavam os prisioneiros comuns dos mais perigosos. Ainda á possível ver o alçapão, no tecto, por onde desciam a comida para os alimentar.
Apesar do seu passado lúgubre, a decoração, em tons de vermelho, corta essa ligação permitindo-nos relaxar e apreciar a refeição tranquilamente. A gastronomia é predominantemente alentejana, sendo alguns pratos de autor. Recomenda-se, seguramente, a degustação destas iguarias.
No primeiro piso encontra-se uma área de bar ou um espaço para eventos. É difícil não nos apercebermos do “vinho” encarcerado ao entrarmos. Pode ser que queira dar uma ajuda para a sua fuga? A Cadeia Quinhentista é uma agradável surpresa para quem a visita, desde a qualidade das refeições servidas, de cariz tipicamente alentejano, à simpatia de toda a equipa. Venha, que prometemos que sairá (de certeza que sairá) satisfeito.
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